quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Odisséia

Eu não costumo nadar contra os desígnios do altíssimo. Sabe qdo tudo parece q vai dar errado e te mostra que não é pra vc seguir por aquele caminho? Hj foi o dia.

Saí cedo de casa e qdo eram 7h15 eu já estava bela e formosa na estação Vicente de Carvalho. Cheguei lá e tava muuuuuuuuuuito cheio. Mas cheio pra caramba. Muito mais do que o normal. Já na escada eu pensei "isso não vai dar certo". Mas eu sou brasileira e não desisto facilmente, sentei num banquinho que estava lá de bobeira e fui ver no Twitter se tinha algum informe de alguma coisa errada no dito cujo transporte sobre trilhos. Daí vejo um tiozinho postando que estava tudo tranquilo no metrô. Na hora repliquei dizendo a baderna que estava em Vicente de Carvalho, neguinho dizendo que estava há mais de quinze minutos esperando o trem, etc e tal.

Ato contínuo, entra uma postagem dizendo que estava rolando uma operação da polícia... no JACARÉ! Justo no caminho do metrô. Pensei com minhas fivelas: "caraca, só falta eu entrar no metrô e o tiro comer no meio do caminho". Mas fiquei lá, firme e forte, esperando pra entrar pelo menos na composição seguinte.

Finalmente o trem foi chegando. E aí o tiozinho do microfone na plataforma avisa que um dos trens estava com as portas TRAVADAS! Como assim, Bial? E os outros vagões... bem... era o metrô, né, e ainda por cima atrasado. Imagina como é que não estava. Tô eu em pé quando de repente uma mulher começou a gritar, começou a maior correria na plataforma, alguns dizendo que era ladrão, outros que era um acidente... Nessa hora eu desisti do metrô. Definitivamente não era pra eu encarar o trilho.

Peguei o 551 pra descer perto de casa e tentar catar uma lotada. Caraca, o motorista era muito doido. Pra fugir do trânsito nas proximidades da Praça do Carmo o que o cara fez??? Cortou caminho e resolveu margear o Morro da Fé! Olha que maravilha: desisti do metrô pra não tomar um tiro no Jacaré pra estar na mira dos vagabundos de perto de casa!!! Quando tava mais perto do Sereno, o cara pegou uma rua cheia de quebramolas. Pra q? O povo do banco de trás começou a gritar "Aê, vagabundo! Não é tua mãe que tá aqui no banco de trás não, ô palhaço!". Em meio aos gritos, uma tia começou a contar uma história de que uma amiga da sogra tinha ficado paralítica depois que o ônibus que ela estava passou num quebramolas sem reduzir, "deu um jeito na coluna e ela ficou de cadeira de rodas" e tal. E ainda arrematou dizendo que a empresa de ônibus havia pago "uma senhora indenização, muito dinheiro mesmo", mas era só um cala-boca, pq a pobre coitada havia ficado presa na cadeira de rodas, mimimi mómómó. Gente, é impressionante como sempre tem alguém disponível pra contar alguma desgraça alheia!

Desci do ônibus e fui pra fila da lotada. Já muito pau da vida, pq nessa brincadeira já eram quase oito da manhã, ou seja, eu já deveria estar quase na rodoviária! Aí um tio até bonitinho resolveu puxar assunto, perguntando se eu tb estava esperando o táxi e tal... Disse "tô" e olhei pra frente, dando graças aos Céus qdo chegou a lotada - só com lugar pra um, no caso, EU. 

A partir daí foi o clássico da Av. Brasil, parada, parada, parada. Nem a seletiva andava. Só a partir de Manguinhos a coisa melhorou. 

No caminho, fui vendo o Twitter, onde vi a história mirabolante do Metrô Rio dizendo que o circo dessa manhã tinha sido pq uma passageira "prendeu a mão" na porta da composição em Inhaúma. Que caô brabo! Se bem q eu não invejo as pessoas da assessoria do Metrô. Eu, que trabalho com o mundo político, não me aporrinho tanto. Como responder à quantidade de batom na cueca dessa empresa?

Acabou que cheguei no Centro era pra mais de 9h10. No caminho, vários anúncios de macumbeiros davam conta de que traziam a pessoa amada de qualquer parte do mundo em três dias. Fazer isso é mole. Quero ver é me fazer chegar no Centro em menos de uma hora.

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